Título: ENTRE ABELHAS
Estréia: 2015
Dirigido: Ian SBF
Duração: 83 minutos
Gênero: Comédia, Drama, Fantasia.
Olá queridos amigos! Procurando uma
dica de filme para este fim de semana? Se sim, aqui vai. ;-D
Primeiramente uma breve
explicação sobre o curioso título, que quando sabido, revela toda a
intenção do filme.
O título vem da teoria de que as
abelhas estão sumindo no mundo – fato que seria capaz de dizimar a humanidade,
uma vez que, sem polinização, estaríamos fadados ao apocalipse. Assim como os
insetos são as pessoas na (falta de) visão de Bruno (Porchat).
Quando se fala em Fabio Porchat
pensamos logo em comédia ne? Só que não. No filme ENTRE ABELHAS, Porchat
(que também é produtor do filme) revela seu lado dramático, a ponto de, em uma
altura do filme, despertar uma vontade de pegá-lo no colo e dizer “calma, eu
estou aqui e vou te ajudar”.
Você deve estar se perguntando o porque
de tal atitude dramática.
Imagina você que todos os seus amigos
fossem desaparecendo da sua vista, um a um. Eles continuam existindo no mundo,
mas não pra você. Desesperador não??
Bruno (Porchat)
depois de uma separação difícil com sua ex (Giovanna Lancellotti), volta a morar com sua mãe (Irene Ravache), e vai dia a dia, tentando se adaptar a nova vida ao lado de sua mãe e de seu amigo (Marcos Veras), companheiro de balada. Até que ele
depois de uma separação difícil com sua ex (Giovanna Lancellotti), volta a morar com sua mãe (Irene Ravache), e vai dia a dia, tentando se adaptar a nova vida ao lado de sua mãe e de seu amigo (Marcos Veras), companheiro de balada. Até que ele
percebe que algumas pessoas estão
sumindo, inclusive nas fotos. No início isso é até engraçado, mas depois
torna-se uma situação dramática, tal o vazio, solidão e bagunça que se torna a
vida dele.
A mãe é a única que sabe do problema e
o encaminha e acompanha a um especialista, onde ao contar tal drama vivido por
Bruno, esperam uma solução para o problema, que não foi explicado pelo médico,
e Bruno passa a frequentar um terapeuta buscando uma explicação para o
assustador acontecimento.
Ele prega fotos na parede de seu quarto para ir contando quantas pessoas sumiram de sua visão, que surpreendentemente só vai aumentando, e ele vai se apoiando em quem ainda faz parte da vida dele, como sua mãe e seu terapeuta.
Sua mãe, na melhor das intenções,
contrata o atendente da pizzaria (Luís Lobianco) para juntos tentarem ajudar
Bruno. E essa é uma das partes cômicas do filme, pois o atendente que aceitou
tal proposta por precisar financeiramente, acha que vai ser pago para “outro
tipo de serviço”, e caminha para o apartamento como um cordeiro indo pro o
abate, e tal é seu espanto quando, depois de semanas, percebe que Bruno não o
vê. A parte de matar de rir, é a mãe de Bruno jogar tinta no atendente (como
ela viu em um filme na tv) para ver se assim o cara se tornaria visível para o
filho. O que claro, não deu certo.
O filme, que começa morno e
despretensioso, torna-se perturbador, tal a agonia e solidão de
Bruno, que caminha por uma cidade “vazia”, sem ter com quem se comunicar e
conviver.
O ponto alto de drama do filme é quando
sua ex (que não é informada sobre o drama do ex marido) encontra a mãe de Bruno
morta no chão do apartamento. Certamente a mãe também sumiu de sua visão, e sem
ter dado tempo de Bruno perceber, a senhora passa mal e morre sem socorro.
Conforme o mundo de Bruno vai se
“esvaziando”, vai trazendo perturbação e aflição ao público, pois a situação do
personagem já se encontra deteriorada, e ele nada pode fazer. Mais perturbador
se torna quando seu terapeuta também some de seu mundo, aí Bruno se vê
condenado e totalmente sozinho.
O filme parece ter a pretensão de
abordar de maneira interessante o processo de apatia e distanciamento do mundo,
que naturalmente segue a pessoa com depressão. O que também sugere que
aconteceria com o indivíduo que passa por uma grande carga de stress, como uma
separação traz. E a explicação para tal problema não é dito no filme, o que nos
leva a reflexão para tal situação.
Estamos vivendo um enfraquecimento dos
laços afetivos?
Estamos nos fechando em nosso mundo sem
nos darmos conta disso?
Se as pessoas estão por toda parte,
estaremos nós inseridos em uma sociedade cada vez mais solitária e
individualista?
Ficou curioso para saber o final??
Assista e se surpreenda.
Abraço de urso ;-)
Michelle Guerra