Ano de Publicação: 2012
Editora: Leya
O que realmente leva as pessoas a fazerem coisas extraordinárias e surpreendentes em suas vidas, nós nunca iremos saber. Afinal, ainda não temos o poder ler uma mente.
Mas Rachel sabia que aquele dia ia mudar sua vida para sempre. Sua Mor, (mãe em Dinamarquês), parecia muito decidida com sua escolha, e se Rachel tivesse visto direito, sua mãe parecia até contente, um pequeno sorriso brotou nos canto de seus lábios.
E agora ela estava lá! Ela era a nova garota. Com um destino totalmente diferente. Estava se sentindo diferente. Afinal não tinha mais a sua família de antes, todos se foram, e ela sobrevivera.
Então era hora de se acostumar com sua nova vida. Tinha mais ou menos uns dez anos, começou a ir para a nova escola, da qual não gostava muito. As meninas, todas negras, implicavam com ela, a chamavam de metida por causa de seus olhos azuis, puxavam seu cabelo, Rachel tentava não se incomodar muito, afinal ela tem que ser a nova garota.
Viver com sua avó também não é nada fácil. Sua avó é da igreja e insiste em dizer que mulher é feita para casar. Sua tia Loretta era como um espelho para ela, Rachel quer ser igual sua tia quando crescer, uma mulher poderosa, sempre de roupas bonitas, salto altos e maquiagem perfeita na pele. Sua tia sempre a tratava muito bem.
Os anos foram passando, Rachel foi crescendo. Passara a ter opinião própria, sempre ia muito bem nas aulas, foi tendo envolvimento com meninos, fez algumas amizades, mas não durou muito. O tempo foi passando, e ninguém se quer comentava sobre o passado horrível que Rachel enfrentou. Também não falavam de seu pai. Quando ele ia voltar para a casa? A guerra não havia
terminado? Ela tinha muitas perguntas e nenhuma delas voltava com respostas.
Depois de uma trágica perda na família, a avó de Rachel começara a beber todas as noites, não tinha um só dia que não entornava uma garrafa de bebida.
Rachel estava com seus 17 anos quando sofreu uma nova perda na família, e foi quando começou a se aproximar de Drew, o namorado de sua tia Loretta. Ele conseguira um emprego para ela no abrigo de moradores de rua, onde ele mesmo trabalhava. Ela gostava do lugar. Fez novos amigos e conheceu Brick (ou originalmente Jamie). Brick foi parar lá sem querer, mas desde o início ele estava em uma missão. E essa missão nada mais era do que contar sua versão do dia em que a vida de Rachel mudou para sempre!
Mais um livro que entra na minha lista de preferidos sem querer querendo. Achei o livro forte, ele tinha uma mensagem para passar. Se eu estivesse com tempo, era capaz de eu lê-lo em apenas um dia e uma noite. Me prendeu muito, as vezes eu trabalhava com a cabeça fora do lugar, meus pensamentos ficavam presos no livro.
O livro é contado por 4 pessoas. É lido o diário de Nella, mãe de Rachel, tem a visão de Jamie, que se tornou Brick, a visão de Laronne, a mulher da biblioteca que empregara Nella, e o livro escrito por Rachel, que conta sua nova vida a partir do dia em que saíra do hospital e passara a morar com sua avó. Explicando assim parece confuso, mas é genial! A forma como o escritor montou as versões do personagens foram se encaixando.
Foi mostrado a vida de cada um deles, contando a dificuldade que cada um sofria. Apesar de sentir muito pela da Rachel, a história de Brick me partiu o coração. Ele também é um personagem encantador e que sofreu muito.
Apesar de ser fictício, achei o livro com um lado real. A dificuldade de sobreviver das pessoas, pais que não se importam com filhos, pessoas sem dinheiro, vivendo na miséria, sofrendo por amor, problemas com drogas. Também fala de racismo. Rachel era a mais vítima disso. Por que uma negra teria olhos azuis?
Nella era branca de olhos azuis, seu pai não. E tem toda aquela divisão, coisa de negro, coisa de branco. E isso faz com o livro tenha mais impacto na leitura.
É simplesmente genial essa história e com todo prazer te convido para conhecê-la!
Uma música para acompanhar a leitura...
Resenha feita por Gabrielle Garcia